A descoberta de petróleo na camada pré-sal brasileira, intensificou os investimentos e vindas de empresas multinacionais ao País, movimentando o mercado de trabalho. A criação de novas oportunidades de emprego e salários mais atraentes fazem brilhar os olhos de profissionais de outros setores, despertando o interesse na migração para o segmento de Petróleo e Gás.
Um exemplo cada vez mais frequente é o de profissionais da área de vendas e marketing com experiência em varejo, bens de consumo, entre outras. Antes de tentar uma transição como esta, no entanto, é importante que o profissional tenha em mente quais a etapas a serem percorridas e os riscos.
O primeiro desafio é que o ramo de Petróleo e Gás exige alto conhecimento técnico e especialização. O segundo ponto é que poucas empresas da área estão propensas a aceitar profissionais de outros segmentos. A preferência continua a ser a de talentos com total conhecimento do setor.
Na área de marketing, o profissional que deseja trabalhar com petróleo precisa ser flexível para entender a dinâmica do mercado e o negócio da empresa. Além das pesquisas de mercado que estão acostumados a realizar, é preciso fazer parte do dia a dia da empresa, como visitar clientes e ser um apoio para a área comercial. O perfil generalista e com visão ampla do negócio como um todo são alguns dos requisitos para a tão desejada migração. Neste caso, a transição pode ser um pouco mais natural desde que o profissional se dedique a estudar a teoria do segmento.
Para a área comercial, as dificuldades já começam na exigência de formação em engenharia, que faz com que os profissionais tenham um entendimento mais técnico, essencial para o tipo de venda que vão realizar. Aqueles que pretendem migrar para o segmento de Petróleo e Gás precisam, além deste conhecimento técnico, possuir relacionamento com grandes operadoras de petróleo e entender a cadeia de valor deste segmento, para conseguir vender os produtos e serviços. Ou seja, é preciso conhecer toda a metodologia de como essa “máquina” funciona. Um perfil híbrido e a fluência em inglês são pré-requisitos fundamentais para quem está pensando na mudança de carreira.
Nesta migração, quem leva vantagem é o profissional júnior. As empresas aceitam com um pouco mais de facilidade este tipo de candidato, pois profissionais mais seniores vão treiná-lo e desenvolvê-lo.
É possível citar um case de sucesso com um candidato, que mostra a dificuldade para realizar esta transição. Formado em Engenharia de Produção e atuante na área de Telecom, o profissional investiu em um MBA com foco no setor de Petróleo e Gás, onde conheceu pessoas da área e teve a oportunidade ingressar em uma empresa pequena e start up no segmento, onde adquiriu uma experiência comercial com foco na Petrobras. Ficou por seis meses e candidatou-se para o processo seletivo de uma multinacional renomada. Apostou no risco, investiu em conhecimento e foi inteligente na busca por relacionamento com pessoas da área, além de aceitar dar um passo atrás para dar dois à frente em busca do sucesso na carreira escolhida.
O caso acima mostra que a migração para a área do petróleo é possível, mas não é fácil e nem sempre dá certo. É preciso ser realista para analisar a demanda do mercado com o perfil do profissional e entender quais etapas precisam ser cumpridas antes de se aceitar o risco. Para uma transição bem sucedida, o candidato deve conhecer a área ou segmento em que deseja atuar desde a sua teoria, investir no marketing pessoal, estudar e potencializar a sua rede de relacionamento. Com determinação e vontade, as chances de uma transição de carreira aumentam.